quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

To be continued in 2015



Continuarei recarregando o celular
Esquentando mais tarde o jantar
Comendo, bebendo, nobre saciar
Caminhando até sei lá aonde chegar
Minando discretamente aquele olhar

Escrevendo de mês a mês, vulgo inspirar
Apaixonando pelas musas quentes, delirar
Enlouquecendo, enlouquecido, de vez endoidar
Deitando no chão da sala, verão de esquentar

Excitando palavras ao entardecer, raio do luar
Pedindo água aos céus do planeta para me molhar
Atuando nos palcos dessa vida teatral, oh atuar
Rindo da sociedade que não socializa mais, que penar
E poetizando nesse gerúndio próximo e particular

Mas é isso, pessoa
Caro leitor, cara leitora
Que em 2015
Continuemos
Sendo
O que queremos ser
...

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Olecram Noel


Estava em uma rápida passagem pelo shopping  num sábado de manhã,  vejo uma pequena fila de crianças acompanhadas por adultos que cercam o espaço dedicado ao Papai Noel, me aproximo e pergunto se posso tirar uma foto mesmo depois de velho.

Uma das moças que estava ali por perto fala que sim, vai chegando minha vez, a ansiedade infantil sempre no meio do caminho, antes dou uma olhada na jovem Mamãe Noel, achei bonita, só que não simpática, quem sorria mesmo era o bom velhinho.

Sentei ao lado daquele senhor de barba branca, um tanto irônico e emocionado, disse que não tinha nenhuma foto com o Papai Noel, ele ouviu e olhando para a câmera do meu celular, respondeu:
- Não tem idade para ser criança!

Sai de lá com essa frase na cabeça, uma frase simples e que faz sentido em tempos que temos que prestar atenção na nossa verdadeira essência, vamos brincar de ser criança, mesmo sabendo que a felicidade é quase uma obrigação!

Feliz Natal, marmanjos
#NãoTemIdadeParaSerCriança

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Venha logo que eu tenho pressa



Veio a fome
A sede
O frio
Veio a falta
A saudade
O silêncio do psiu
Que
Silencia toda a falta
Essa mesma falta
Que veio dilacerada
E ainda nos mata
Nos matará antes da morte morrida
E da mesma morte só que matada


Daí
Veio a morte
A seca
A maldade
O conjunto da piedade
Que
Os une lá em cima
E que nos afasta aqui em baixo
Veio o cheiro
O toque, o sentir, o bálsamo
Veio a carne mais forte
Do que eu, humano
Que errei e erro tanto


E espero acertar
No teu negro olhar
Que está chegando
Está chegando
Está chegando
Então
Que chegue logo
Pois então
Antes que acabe o ano
E
Que
Acabe a vida
Antes que outra recomece na saída



quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Das tripas, um coração



Fiz
Faço
E farei das tripas coração
Pois desejo descobrir
O que há além dessas tripas
Até chegar ao seu coração

Órgão esse tão favorável
Com teu destino tão claro
Bombeando todo sangue
Envolvendo nosso corpo
Alimentando o intestino
Quis, quero, quererei isso

E se não for da mente pela alma
E nem do olhar até o pé no chão
Que seja na agonia dessa ação
Das tripas coração
Das tripas, coração
E delas, um coração

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Uma tarde de domingo sensacional



Naquela tarde, caíram pingos tímidos do céu dominical
Um sinal de algo que parecia impossível e sobrenatural
Os amigos reunidos, todos juntos. Aleluia, glória celestial
Com tererê, brigadeiro, pipoca, refrigerante, fome animal!

Naquela tarde, ouviam-se risos vindos de forma natural
Éramos nós: quengos, putos, doutores mestres do imoral
Pessoas que amam, sonham e perpetuam sobre todo mal
Pessoas essas que nutrem o mais importante: a amizade triunfal

Porque naquela tarde, fizemos uma tarde de domingo sensacional

(Outras virão, porque já não é impossível juntá-los
E me digam, o que é impossível pra nós, meus amigos?)